Começando com um pouco de história, para refletirmos.
A palavra Tristeza começou a ser usada um pouco depois de Melancolia, pouco usada atualmente, mas importante para compreendermos esse processo nos seres humanos.
Melancolia vem do latim melancholia e do grego melankholia. Formada pela união das palavras melané, que significa negro e kholé, bile. Ou seja, era a Bile Negra. Recebia essa definição porque acreditava-se que ela era causada pelo acúmulo de Bile Negra no organismo, produzida (naturalmente) pelo Baço.
Tristeza vem do latim tristes, que significa com aspecto amargo. Este é o sabor da bile negra.
Depressão vem do latim depressio, que significa apertar firmemente (premere) para baixo (de-); esmagar.
O primeiro registro escrito que falava de uma melancolia/tristeza foi encontrado na Epopeia de Gilgamés, que é um antigo poema épico da Mesopotâmia, baseado na cultura dos Sumérios, compilados pelo rei Assurbanípal no século VII a.C., em 12 placas de pedra. Neste poema, ele relaciona a melancolia com o luto por morte.
Dois séculos depois, Hipócrates, considerado o pai da medicina, recomendava o uso de purgativos para tratar a melancolia, para expurgar essa bile negra.
Já no ano de 1600, na Idade Média, os conceitos de melancolia e tristeza passaram a ser relacionados com aspectos psicológicos, além do físico (biológico), pelo lançamento do livro a Anatomia da Melancolia, de Robert Burton.
Neste livro, ele cita que os sintomas melancólicos não eram evidência de um transtorno (que posteriormente seria chamado de depressão), exceto quando não houvesse motivo.
Portanto, a partir da Idade Média, a tristeza, que era um “sintoma melancólico” tinha uma justificativa, um motivo para existir, enquanto que o transtorno melancólico, não. Esses transtornos melancólicos costumavam ser duradouros e recorrentes.
Até os anos de 1950, quando foram criados os primeiros medicamentos para esse transtorno melancólico, os médicos seguiam usando os purgantes e laxantes como protocolo de tratamento, para induzir ao vômito e à evacuação.
Esses primeiros medicamentos eram usados para tratar problemas comuns da vida, como infidelidade, falta de desejo sexual, filhos problemáticos, entre outros. Nessa mesma época, iniciou-se o usa da palavra depressão.
Muitos desses medicamentos vem sendo utilizados desde então para amenizar os sintomas, o que é de grande valia para as pessoas diagnosticadas. Importante reforçar aqui que o diagnóstico de depressão apenas pode ser feito por profissionais qualificados, como psicólogos e/ou psiquiatras. Hoje existe um protocolo para a identificação da depressão.
Atualmente, quase todos nós conhecemos pessoas que já tiveram ou tem depressão, isso fez com que alguns estudiosos classificassem a depressão como o mal do século, por estarmos vivendo uma epidemia de depressão.
Vale lembrar também que, o uso de medicamentos pode aliviar os sintomas, mas, isoladamente, não fortalecem o indivíduo para que ele lide de uma forma diferente com os problemas e desafios da vida.
Tanto nas situações de tristeza, algo específico, com uma fonte identificada; quanto nos casos de depressão, com o uso ou não de medicamentos; é importante que o indivíduo tenha um apoio emocional profissional para lidar com todo esse processo.
Depressão, tristeza, melancolia não são situações agradáveis e não devem ser vividas sozinhas. Busque ajuda. Se você se sentir sozinho(a), busque apoio profissional. Você pode, e merece, sair dessas situações mais fortalecido(a) do que quando entrou. E se não for para você, oriente e apoie quem estiver perto para que siga esse caminho.
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